As Florestas-Igreja da Etiópia
















As árvores sempre foram associadas a cultos religiosos em todo o mundo, incluindo na Europa pré-cristã, no culto Celta, celebrado sempre ao ar livre e em bosques (que serviam também de local funerário para muitas tribos), e cujos motivos vegetalistas sobrevivem nalguns ornamentos das nossas primeiras igrejas. Anteriormente, as civilizações helénicas, romanas e germânicas já incluíam as árvores nas suas cosmologias e cultos no quotidiano. Pura e simplesmente, as árvores tinham uma utilidade muito mais directa e reconhecida no quotidiano- eram uma fonte manancial de alimento, energia e materiais de todo o tipo.

O culto cristão absorveu as árvores de diversas formas. mais notavelmente no par ambivalente da Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento no Jardim de Éden.
É precisamente a tentativa de recrear este paraíso arbóreo que está na origem das espectaculares Igrejas-Floresta na comunidade cristã Copta da Etiópia, que são agora a única razão pela qual ainda existem florestas Afromontanas no país, por causa da gestão contínua dos responsáveis pelas igrejas face à pressão para desflorestação para uso da biomassa.

Involuntariamente, estas réplicas do Éden para celebração do culto ao ar livre acabaram mesmo por se tornar um refúgio idílico mas a prazo para um ecossistema criticamente ameaçado.

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