Estratégias Peri-Urbanas



















Há exactamente 2 anos participei pessoalmente numa das minhas primeiras iniciativas ambientais, num assunto que poucos dias antes desconhecia e para o qual fui alertado pela Campo Aberto e pela APVC.
Tratava-se de uma caminhada/protesto pelo Vale do Coronado, na Trofa, com o intuito de chamar a atenção para a destruição de uma das últimas grandes manchas férteis e contínuas localizadas dentro da AMP.

Uma área de 160 Ha de solo arável de classe A, integrado na RAN dos concelhos da Maia e Trofa está destinado à implementação de uma Plataforma Logística Estratégica cuja existência e necessidade não é discutida pelas associações envolvidas no protesto mas somente a sua localização.
Estranhamente um projecto inicialmente tão benéfico e lucrativo sofreu um adiamento em 2008.

Os motivos para esta escolha bizarra de implantação são óbvios: são comprados terrenos exclusivamente agrícolas a baixo preço (por comparação à zona industrial da Maia, uma localização muito mais favorável mas mais cara), que depois são transformados em solos urbanos/industriais após a angariação de "projecto estruturante para os concelhos e população".
Neste processo instantâneo de alteração de classificações do solo são feitas fortunas, porventura capazes de persuadir os intervenientes políticos a cooperarem com este desastre que de estratégico tem pouco.

Uma verdadeira visão estratégica levaria à protecção completa destes solos férteis periurbanos e na sua imediata devolução à produção agrícola de baixos de recursos, para a construção de uma reserva alimentar estratégica local.
É em locais como o Vale do Coronado que reside não só a prosperidade das cidades como a sua resiliência a choques económicos, sociais, ambientais, energéticos e do mercado agrícola internacional.

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