Crianças, Natureza e Fins-de-Semana

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Na sequência do apelo anterior ao pasto extensivo dos "piquenos", perguntam os pais exaustos: "Mas levá-los onde ao fim-de-semana?". Julgo que no Noroeste a dificuldade está na escolha (e de certeza que é igual no resto do país), com a quantidade de lugares bestiais que tenho vindo a acumular na procura do meu Walden.

Eis alguns programas para o Norte, todos tão interessantes quanto "low-cost", e nesta fase tão facilmente poderia sugerir estes três como mais 30:

Um Bocage em Salreu
 - Passeio na Ria de Aveiro. Pode ser feito a pé mas é absolutamente fácil para uma criança fazer um dos percursos marcados de 10-15 km (rigorosamente planos) de bicicleta. A quantidade enorme de bicharada que se pode ver nos campos é garantia de muitas paragens interessantes. Como o acesso em Salreu fica mesmo em frente à estação de comboio do mesmo nome e como se podem levar bicicletas gratuitamente dentro das composições desde S. Bento não há desculpa nenhuma para não experimentar.
Existem espaços para fazer um piquenique.

Foz do Minho, aquela esquina arborizada é o Camarido, a "ponta" noroeste de Portugal



- Praias, praias e mais praias. Diz-se que o Nortenho se distingue bem nas praias do Sul porque é o único que leva sempre pára-vento mas o Bóreas não traz só desvantagens- torna muitas vezes mais ameno um passeio de bicicleta, que pode começar nas praias de Gaia ou de Caminha (servidas pelo comboio) ou servir de pretexto para ir a Vila do Conde (com metro) ou ao Parque Natural Litoral Norte em Esposende. As voltas normalmente terminam no mar ou na areia de papo para o ar e livro em cima da cara .

Vale do Rio Homem e Mata da Albergaria, vistos da Geira Romana


- Gerês. Se calhar não precisava de dizer mais nada mas há um bom motivo para justificar a fama, que é fácil de constatar ao deixar o carro (ou sair do autocarro da Empresa Hoteleira do Gerês, a partir de Braga) em Campo do Gerês(ou na Vila) e ir até à Portela do Homem através da Mata da Albergaria, algo que se faz de bicicleta ou a pé com paragem nas margens do Rio Homem (provavelmente o nome mais literário de sempre).

Passeios anti-crise e que deveriam fazer parte da rotina de muito mais gente, sem desculpas nesta altura.

A Horta no início do Verão

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Salgar a Terra

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Quando Roma destruiu Cartago na 3º Guerra Púnica cumpriu o costume de espalhar sal sobre os campos para os tornar incultos para sempre, condenando simbolicamente a cidade. O único espólio significativo que não foi destruído foi um tratado de Agricultura cartaginense sobre como manter vinhas e searas em locais com pouca chuva, obra que influenciou a ocupação agrícola romana no Mediterrâneo.
Até ao século XVIII puniam-se os traidores em Portugal salgando a sua "terra infame".
"Temperar" os terrenos agrícolas para os destruir é hoje bem menos eficiente do loteá-los...

Hortas Comunitárias em Portugal [XI] : Horta Solidária da Trofa

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Génese:
Resultado de uma colaboração entre a Santa da Misericórdia da Trofa, Câmara Municipal da Trofa, Junta de Freguesia de S. Martinho do Bougado, Adapta e Biotrofa, em 2010, em terrenos anexos ao Lar que está ao cuidado da Misericórdia.

Área / Nº de participantes:
Desconhecido

Objectivos:
 
Complementar o orçamento de famílias desfavorecidas com produção própria de hortícolas. 

Ligações:
Notícia 1, Notícia 2

Notas:

Trata-se de um projecto que tem o objectivo quase exclusivo de aproveitar algum espaço anexo a uma instituição de solidariedade para apoio alimentar de famílias carenciadas com a situação mais grave, com cedência de alguns materiais, para além do espaço. Um dos objectivos parte do pressuposto de que é possível algum tipo de auto-suficiência para um grupo extenso, uma expectativa dificilmente realizável.

Hortas Comunitárias em Portugal [X] : Hortas "Urbanas" de Almeirim

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Génese:
Conversão de um terreno da Câmara Municipal de Almeirim ocupado por eucaliptal em terreno agrícola.

Área / Nº de participantes:
 2 Hectares divididos em talhões de 25m2.

Objectivos:
Formação e prática de horticultura biológica para consumo de subsistência e lazer.

Ligações:
 Notícia 1, Anúncio Oficial

Notas:
Este projecto resulta de mais uma colaboração da Agrobio e um Município e inclui um contrato não só de implementação da Horta mas da formação dos utentes em MPB, de forma a que a produção respeite as condicionantes da produção certificada. Este é um aspecto importante que poderia transformar o projecto num espaço de formação no que é um concelho com grande tradição de produção agrícola.  É por este motivo que não se entendem os objectivos do projecto quando os talhões têm uns exíguos 25m2.

Waldenomania [II]

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Guia de Maneio de Infantes

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Cada vez mais afastados da dieta mediterrânea e da verdadeira instituição nacional que é a sopinha a cada refeição, os nossos rebentos rebentam pelas costuras e competem agora com os campeões transatlânticos em volume.

Alguém disse um dia que "as crianças são animais de criação ao ar livre", relevando a especial aptidão das criaturas para a ocupação extensiva de parques, quintais e jardins e pelo facto de se manterem facilmente com modestas porções daquilo que até eles próprios podem plantar.

Para além de questionarmos o modo como produzimos os nossos alimentos deveríamos, com alguma coerência, perguntarmo-nos porque é que aplicamos a crianças a mesma lógica da estabulação permanente com ração de engorda que aplicamos (mal) a animais.

Taxonomia dos Agricultores

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O Contrary Farmer é um daqueles raros blogues que pura e simplesmente só tem posts interessantes, desta vez dedicou-se a classificar os diferentes tipos de agricultores que conhece, chamando a atenção de que são todos espécies em vias de extinção, por destruição do seu habitat natural. A saber:

O Agricultor Papa-Terra é extremamente territorial e procura ganhar para si a máxima quantidade de terra de forma a ganhar a maior quantidade de incentivos sem trabalhar o solo.

O Grande Proprietário é todo aquele que tem mais terra do que quem usa a expressão.

O Agricultor de Bancada é aquele que por conseguir produzir um cabaz de courgettes acha que pode dizer a outros como devem produzir 500 hectares de soja. *

O Agricultor em Part-Time é aquele que ainda pensa que vai ganhar dinheiro na agricultura e tem outro emprego para manter o "vício".

O Agricultor Desgrenhado ficou inesperadamente rico por causa da inflação dos solos agrícolas e potencial para subsídios, ignorando as críticas ao modo de produção que lhe permitem aceder aos apoios

O Agricultor Faz-de-Conta aparecem somente em simpósios de agricultura em universidades e em reportagens e documentários, adquirindo a plumagem agrícola somente no Verão.

O Agricultor Fiscal investiu em terrenos agrícolas por motivos fiscais e especulativos e refere-se ao seu habitat como investimentos em commodities.

* (ai, até doeu)

Este não tem E.Coli

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TV Rural [XIII]: Filmografia

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O leitor Aqualung recomendou nos comentários a primeira referência deste breve apanhado de documentários relacionados de certa forma com os temas que se abordam aqui.
Uns são melhores do que outros mas existirá algo interessante em cada um para toda a gente.

Se já estiverem um bocadinho fartos de ouvir desgraças recomendo o autobiográfico Real Dirt on Farmer John, para se entreterem com a génese esdrúxula de um agricultor que tem um artista performance dentro dele.









Dia da Espiga, 2 de Junho

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 O Dia da espiga ou Quinta-feira da espiga é de origem pagã e celebrado no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio matinal, em que se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira e videira para formar um ramo, a que se chama de espiga, cuja composição tem um significado simbólico profano e um valor religioso. 

 O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar.

Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". 

Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.

*Retirado da Wikipedia