Léxico [IV]: Food Forest
O conceito de "food forest" é mais uma ideia difícil de traduzir para português- não é exactamente um pomar ou um bosque (se calhar é ambos) sendo constituído por um conjunto de árvores com utilidade directa para seres humanos, que é plantada ou estabelecida de forma a que possam coexistir enquanto se procura uma produção optimizada. Esta produção pode consistir em frutos, lenha, forragem ou mesmo hortícolas perenes.
Como visível no esquema acima, consiste num sistema de plantação muito denso com o objectivo de produzir facilmente alimento com o mínimo de gestão, necessitando apenas de intervenções sazonais e pontuais.
A primeira vez que ouvi falar deste método foi precisamente numa formação em que um quase-crudívoro me explicou como estava a densificar desta forma um pomar que tinha com plantação de sebes de frutos, árvores de nozes e aromáticas do lado norte do terreno e perenes nas entrelinhas, que lhe permitia abastecer-se para uma semana com uma visita semanal ao longo de quase todo o ano, devido à sucessão de colheitas das diferentes árvores.
Este conceito, tão caro à Permacultura, é como tantas outras soluções que nela se integram uma reedição de métodos mais ou menos ancestrais de trabalhar com características das espécies (aqui está um vídeo de um oásis marroquino plantado com estas intenções, descrito por um permacultor).
Existem muitas tipologias utilitárias de bosques tradicionais, com usos desde o combate à erosão e evaporação; produção de forragem em locais onde não crescem culturas para consumo humano; protecção de cursos de água e, um que me interessa particularmente, os sistemas silvo-pastoris (alguns animais domésticos, como as galinhas ou porcos, estão na verdade adaptados à floresta), que levam também a produção de carne para este mini-ecossistemas.
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