O hábito milenar dos humanos de ter o seu próprio coro alado continua até hoje, com toneladas de cereais destinados a aves que não põem ovos ou não produzem carne para comer, mantidas num espaço equivalente a uma televisão e por vezes capturadas ilegalmente noutros países.
Diminuindo o hábito de conservar criaturas migradoras ou que normalmente dispõem de territórios num singelo recipiente de plástico e aço, muitos se satisfazem ou conformam com as espécies locais que vivem em liberdade, encorajando a sua presença para que sejam ouvidas e vistas, usando as familiares "casas de pássaros" (não como a partida maquiavélica da imagem ao lado).
Mas a maioria das aves que frequentam zonas urbanas em Portugal não precisa de uma "casa" mas de menor pressão ambiental, refúgio e alimento. Para garantir um coro privado basta ter por perto uma boa massa de arbustos e árvores, a ausência de gatos (maior repelente de aves) e algum alimento e água (facultativo). E já está, sem aventuras na nano-construção.
Os cantos de alguns "solistas" mais comuns em Portugal, observáveis quase todo o ano num passeio silencioso e sem pressa, mesmo num parque ou jardim urbano:
Pisco de Peito Ruivo
Melro-Preto
Rola-Turca
Tentilhão-Comum (com uma rola a passar)
Milheirinha
Verdilhão
Pintassilgo
Uma notícia relacionada com o tema: a Câmara Municipal do Seixal, perante a ameaça da processionária-do-pinheiro a estas árvores criou um programa de reforço de habitats para o chapim-real (essa sim um espécie que habita "casas" introduzidas por humanos), distribuindo casotas pela população, com consultoria especializada. Este predador natural das lagartas por sua vez também reforça a cadeia alimentar das aves de rapina da região. O chapim também tem um canto agradável, e imita por vezes o canto de outros pássaros.
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